Porque eu gastaria meu verbo com quem não quer, mesmo sabendo
que posso encontrar afeto, lá, com ele? O dia a dia arregala meus os olhos para que eu veja o mundo todo farto de miséria, ganância, mesquinhez... E eu
gosto. Está aí, lá, explícito em cada lugar que se aguente ver.
Que me invadam
toda noite e deflorem tudo que há em meu corpo, em minha mente, no meu “quase-ser”!
É uma ordem! Eu desejo essa dor, esse rasgar de minha alma.
Quero todo dia e cada noite sentir a cobiça, o prazer no
desconhecido. Quando não quiseres mais
isso, eu morro, eu caio, eu sofro. Venham! Pois posso ser mulher voraz. Quero
ser rainha de reinados corroídos pelo ódio e inveja. E caminhar com véu negro
pelas florestas sombrias e gélidas. Serei tua deusa. A mais bela. Quero ser guardiã
nos labirintos dos prazeres inomináveis da tua curta vida. Quero o fim do tédio
mais que tudo. Quero ser sua.
Serei o mais viril das planícies. O maior cavalheiro para
ter-te só minha. Traiçoeiro, mentiroso, dissimulador... Para ter-te em meus
dedos, para cheirar-te, para cerrar-te em minhas mãos, apertar-te em meu peito
e suspirar de gozo eterno e momentâneo. Ser o conhecimento e a dúvida simultaneamente.
O ácido e o doce. Ah como quero ser-te
canalha! E, sobretudo, amar-te sobriamente enquanto estiveres comigo. Mesmo que
sejas fugaz.
Não me trate com indiferença. Ou até trate, mas que seja
sutil. Bata-me com toda força na face, no corpo e mostre o quão bruto você é. Responda-me
para que eu inspire seus questionamentos, seu modo de ver e falar do mundo. Não me
venha com carícias plenas de desapegos. Não quero! Não aceito! Não suporto!
Percebas que me fazes feliz sendo rude, mas sincero e fino.
Que fique claro que
serás deixado de lado por vezes. Esquecerei! Porém, ao buscar-te irei amar-te mais
e compreender o que me tentas dizer. Ou não.
Peço que suportes a ausência. Não sintas ciúmes. Por esse e
outros motivos espero não demorar a reencontrá-lo.
Ainda que não seja
nada que penso e almejo, terei tempo para acariciar e zelar por você quando
chegar esse momento.
Espere. Não há solidão.
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